31 agosto 2006

Mundo dos Livros

Real Gabinete Português de Leitura - Rio de Janeiro


Foto de Caio Reisewitz

30 agosto 2006

Escumalha

Passada a contestação mediática e aprovada a excepção legal, a escumalha barranquenha pode agora deliciar-se a com as suas maravilhosas «tradições».

É certo que continua a viver na merda, com pouco ou nenhum acesso ao Trabalho, à Saúde e Educação. Mas o que importa isso quando a razão principal da sua miserável existência está mais do que assegurada ?

29 agosto 2006

Tony Miles



«A característica que um jogador de Xadrez mais necessita, talvez seja, a existência de um perverso sentido de humor»

28 agosto 2006

Atentado na AMIA

Em relação aos posts do Francisco José Viegas e do André Azevedo Alves, convém não esquecer que Buenos Aires ocupa um lugar de destaque na história do anti-semitismo contemporâneo.

Nem tanto pela forma acolhedora com que foram recebidos na Argentina muitos foragidos pertencentes ao antigo regime nazi, mas por que foi em Buenos Aires que o Hezbollah fez a sua «estréia» internacional no dia 18 de Julho de 1994, com o atentado contra a AMIA (Associación Mutual Israelita Argentina), cujo saldo foi de 85 mortos, centenas de feridos e um grande encobrimento por parte das autoridades peronistas.

Veja-se a esse respeito o interessante filme 18-J, que reuniu em 10 pequenos curta-metragens alguns dos principais realizadores argentinos - como Adrián Caetano, Lucía Cedrón e Carlos Sorín - com sua visão pessoal do morticínio portenho.

27 agosto 2006

Drácula

O título original «The Historian», foi traduzido em Portugal e no Brasil como «O Historiador», e na Espanha como «A Historiadora». O enredo tanto dá para um como para outro.

Embora a escrita não prima pela excelência e a história seja mais do que rocambolesca, o certo é que a primeira obra da americana Elizabeth Kostova tornou-se um best-seller mundial e foi considerado pelo Book Sense, o livro do ano em 2005 na categoria Ficção Adulta.

O eixo da narrativa prende-se com a procura do túmulo de Vlad o Empalador, a figura histórica por trás do mítico Conde Drácula, popularizado pelo livro de Brian Stocker.

Durante 600 longas páginas, historiadores, amadores e profissionais, percorrem ao longo de décadas, vários países e regiões na busca de pistas que os conduzam ao antigo soberano da Valáquia. Sempre com abundantes referências a livros, bibliotecas, arquivos e tradições. E muita história medieval pelo meio.

O curioso é que em Maio último, o governo da Romênia, na esteira das reparações aos espoliados pelo antigo regime comunista, resolveu devolver à familia Von Habsburg, o Castelo de Bran, que parece ter sido a base do terrível Vlad Tepes.

Trasformado em lucrativo ponto turístico, há muito tem sido disputado e acarinhado como a residência do dentuço. Um pouco à moda do Loch Ness escocês.

O que daqui se tira é que a moda dos vampiros veio mesmo para ficar. Seja na literatura light, seja nas atracções turísticas, seja no Congresso brasileiro, chupar sangue é um verdadeiro must.

(KOSTOVA, Elizabeth, O Historiador, Lisboa: Gótica, 2005)

26 agosto 2006

Saudades de Rivaílde

(Post Requentado)

Correndo o risco de passar por doido, caso algum brasileiro leia este post, quero confessar aqui publicamente que morro de saudades das campanhas eleitorais tupiniquins!

E em particular do Horário Eleitoral Gratuito conhecido em Portugal pelo apelido de Tempo de Antena.

Nos meus tempos de menino no Brasil delirava com a novidade que me permitia assistir durante dois longos meses, num simultâneo de rádio e televisão, com todos e canais e estações transmitindo sem excepção, um imenso mosaico humano que através das mais estapafúrdias propostas, dos mais abjectos insultos, da manipulação mais infame, procurava vender seu candidato aos incautos eleitores.

E no entanto confesso envergonhado a minha nostalgia!

Como esquecer a bizarra figura de Rivailde Ovídio que em 1985 abrilhantou a campanha para a Prefeitura de São Paulo que marcou o regresso triunfal de Jânio Quadros frente ao futuro Presidente Fernando Henrique Cardoso ?

«Onde está você Franco Montoro?» gritava Rivaílde procurando assim «denunciar» a impotência do então Governador paulista perante a escalada da violência urbana.

Como não recordar a baixaria generalizada da Campanha de 1986 que colocou na mesma corrida para o Governo do Estado de São Paulo, o mega-empresário António Ermírio de Morais e dois dos maiores facínoras já produzidos pela política brasileira: Os famigerados Orestes Quércia e Paulo Maluf .

E o que dizer da incrível vitória de Luiza Erundina que se tornou em 1988 a primeira mulher a comandar a maior cidade do Brasil e da memorável campanha presidencial de 1989 que devolveu à sociedade civil o direito de escolher de forma democrática o seu Presidente. É verdade que essa mesma sociedade preteriu um político da craveira de Mário Covas, enviando para a segunda volta o radicalismo do PT ( Perto do qual o actual petismo - apesar de corrupto - parece reacionário...) e a aberração Fernando Collor de Mello.

Data também dessa altura o famoso slogan «Meu nome é Enéas» que apresentou o homem do PRONA ao país e que faria dele anos depois o Deputado mais votado do Brasil...

Acompanhando agora à distância uma nova campanha, marcada por mensalões e sanguessugas, não deixo de pensar naqueles anos, em que apesar de tudo, a redemocratização parecia tornar o Brasil um país viável.

Um país que acabou nas mãos de Marcola, Lula e Zé Dirceu...

25 agosto 2006

Projectos

Animado com as sondagens ganhadoras, com o caos urbano em São Paulo e com os milagres do botox, Lula da Silva finalmente acedeu. Depois de fugir aos debates, foi à televisão para a entrevista de campanha.

Pouco acostumado a perguntas incisivas, habituado que está a bajuladores juramentados, enervou-se e deixou que a boca fugisse para a verdade: Afirmou que o seu governo «combate a ética» e que na sua gestão «só o salário caiu».

Poderiam ser apenas gafes. Mas cruzadas com os factos são muito mais do que isso.

São um projecto de vida!

Uma semana depois as pesquisas dão-lhe um crescimento de sete pontos.

Viva o Povo Brasileiro!

23 agosto 2006

Sintonia

Continua imparável a consagração do mensalão.

Amparado em adversários inexistentes, subsidiado pelo regabofe do dinheiro público e sustentado por uma inigualável máquina de campanha, o grande Lula já garantiu a reeleição.

Desenganem-se porém, aqueles ingenuamente atribuem o brilharete somente às muitas artimanhas dos «companheiros» e à ignorância das massas.

O homem veio do povo. E sabe o que o seu povo quer.

E esse povo é o mesmo que já amou Getúlio Vargas e Ademar de Barros, que já elegeu Jânio Quadros e Fernando Collor, e que repetidas vezes consagrou Paulo Maluf e Antônio Carlos Magalhães. No fundo, um povo que admira a esperteza de Luís Ignácio e até inveja o enriquecimento súbito de seus rebentos.

Um povo com alma de Zé Dirceu.

Um povo em sintonia com seu líder.

Brilhante...

...A forma como Luís Januário e Rui Bebiano analisam os métodos e o financiamento do Hezbollah.

21 agosto 2006

Ninharias

Lula da Silva, o líder da quadrilha que há quatro anos governa o Brasil, foi multado pela justiça eleitoral em 900 000 reais. São cerca de 300 000 euros.

Coisa pouca em se tratando de PT.

Nada que duas ou três cuecas recheadas não resolvam numa tarde.

20 agosto 2006

Rogério Ceni - O Magnífico

Com dois golos contra o Cruzeiro, Rogério Ceni, o Guarda-redes do São Paulo, tornou-se neste Domingo o melhor marcador na posição em toda a História do futebol.

Com 64 golos marcados, superou o mítico paraguaio Chilavert, e ainda defendeu um pénalti fazendo a torcida sãopaulina esquecer a falha na final da Libertadores.

Tem lugar cativo na galeria de honra do Morumbi, onde já constam nomes como Dario Pereyra, Raí e Telê Santana.

É por essas e por outras que é muito bom ser Tricolor!

19 agosto 2006

José Raul Capablanca


«O Xadrez é mais do que um jogo. É uma diversão intelectual que tem algo de arte e muito de ciência.»

18 agosto 2006

Post do Dia

«Quinze quilos que Palocci perdeu podem estar nas ilhas Cayman»


A Casa de Papel

Até onde vai o amor pelos livros ?

E em que ponto é que a paixão passa a ser uma obsessão ?

Um romance delicioso do argentino Carlos Maria Domínguez, radicado em Montevidéu desde 1989.

(DOMÍNGUEZ, Carlos María, A Casa de Papel, Porto: Asa, 2006)


16 agosto 2006

O Fim de Stroessner

Sendo praticamente desconhecido em Portugal , e ostensivamente desvalorizado no Brasil, o Paraguai é no entanto um país com uma cultura riquíssima que não se esgota na literatura de Roa Bastos. Possui uma História fascinante, infelizmente caracterizada pela violência - Guerra da Tríplice Aliança, Guerra do Chaco, ... - e por diversas ditaduras personalistas que arrastaram o país da língua Guarani, para a pouco invejável lista dos mais pobres do continente americano.

Se no Século XIX a sua existência ficou marcada pelos regimes autoritários de José Gaspar Rodriguez de Francia, Carlos Lopez e Francisco Solano Lopez, o século XX destacou-se pela vitória perante a Bolívia na disputa pela região do Chaco e pelas três décadas de autoritarismo de Alfredo Stroessner.

Homem reservado, com pouco ou nenhum carisma, muita habilidade política - era jogador de Xadrez! - e impiedoso com os opositores, governou como quis durantes longos 35 anos (1954-1989), construindo um dos mais corruptos e ineficazes regimes autoritários, dos muitos que a América do Sul padeceu na segunda metade do Século XX.

Quando foi derrubado em 1989 , o inesquecível ano que trouxe a Democracia a dezenas de países por esse mundo fora, era o mais antigo Chefe de Estado no Ocidente e um embaraço para os EUA que o haviam suportado, pelo seu anti-comunismo, no período mais tenso da Guerra Fria. Posteriormente soube-se da sua activa participação na Operação Condor, espécie de associação criminosa dos regimes militares latino-americanos, visando a perseguição conjunta dos muitos opositores das diversas ditaduras da região.

Mas Stroessner era também um populista. E perspicaz como era, rapidamente percebeu que se queria galvanizar as massas necessitava de um tema que as unisse. Encontrou-o na figura de Solano Lopez, o homem que comandou a aventura militar que de 1864 a 1870 colocou o pequeno Paraguai em guerra com o Brasil, a Argentina e simbolicamente, o Uruguai.

Ainda que Lopez tenha edificado um regime de cariz totalitário, ainda que tenha deixado seu país completamente destruído, ainda que tenha confundido o património do Estado com o de sua família, nunca se rendeu e acabou morto em combate perante um exército várias vezes superior. Características que aliadas ao seu messianismo nacionalista, fizeram dele a figura ideal para enaltecer a imagem do militar paraguaio e assim legitimar a presença quase eterna de Stroessner no poder.

Por todo o país foram edificadas estátuas, baptizadas ruas, e até vilas e cidades em homenagem ao grande Mariscal Lopez. A História da guerra foi reescrita, adoptada nas escolas e academias e os que ousaram contestá-la arriscavam-se na melhor das hipóteses, a ver o seu patriotismo posto em causa.

Não deixa de ser paradoxal que Stroessner, um ditador de Direita, tenha ajudado a consolidar a versão do conflito que culpabiliza ao imperialismo britânico, e que no Brasil teve grande eco na Esquerda através de obra panfletária do jornalista Júlio José Chiavenato: Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai (São Paulo: Brasiliense, 1987).

Foi no Brasil que Alfredo Stroessner passou os seus últimos 17 anos de vida. Um exílio dourado no país que tantas vezes acusou de responsável histórico pela destruição do seu Paraguai. Morreu hoje de velhice aos 93 anos. Como tantos outros ditadores nunca foi condenado pelos seus crimes, nunca esboçou grandes arrependimentos e contou até ao fim com seguidores que se mantiveram fiéis.

Nada de muito original.

15 agosto 2006

Notas de Rodapé

Adoro notas de rodapé !

Aliás não concebo um ensaio, uma tese ou uma obra de investigação que não indique as fontes e as origens da informação apresentada. Sem isso, um texto por mais interessante que seja, perde toda a consistência.

Correndo o risco de ser rotulado de «neopositivista», a primeira coisa que faço ao folhear um livro de História (ou de qualquer outra das Ciências Sociais e Humanas), é observar a sua bibliografia e a existência ou não de notas de rodapé. Se estas estiverem ausentes, é meio caminho para o livro voltar para a estante ou pilha onde o encontrei!

E mais...

Para mim as notas devem estar no fim da página e nunca no fim do livro!
As notas no final da obra, apenas perturbam a leitura e saturam pela constante consulta no fim do volume.

Comigo, quando isso ocorre, costuma acontecer uma de duas coisas: As notas não se lêem e com isso os textos perdem grande parte do interesse, ou abandono precocemente a leitura por não ter paciência para desfolhar o livro a cada dois parágrafos!

Obviamente existem excepções.

Posso citar como exemplos os excepcionais títulos Introdução à História do Nosso Tempo de René Remond (Lisboa: Gradiva, 1994) e Da Alvorada à Decadência de Jacques Barzum (Lisboa: Gradiva, 2003).

Em ambos os casos, falamos de monumentais obras de síntese, de historiadores de primeira linha, que explicam na introdução o porque da total ausência de notas (Remond) e da sua localização no final (Barzum). Pela imensa qualidade dos autores e dos textos pode-se dizer que mesmo no primeiro caso o rigor não ficou comprometido.

São a excepção que confirma a regra.

(Post Requentado)

14 agosto 2006

Classe

Isabel do Carmo, com a sua vasta experiência na matéria, afirma hoje nas páginas do Público que o Hezbollah não é uma organização terrorista.

Passados trinta anos dos célebres combates à democracia burguesa, é bonito constatar que a antiga integrante das Brigadas Revolucionárias, continua a praticar a solidariedade de classe.

13 agosto 2006

Fantasmas

Alguns ingénuos querem ainda acreditar que apenas o Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e os grupos extremistas do Médio Oriente é que advogam a destruição pura e simples de Israel.

Num artigo delirante, Jostein Gardner , autor do popular livro de introducção à Filosofia O Mundo de Sofia, defende através de analogias com os Talibans afegãos e o apartheid sul-africano o fim do estado de Israel. Mas faz uma ressalva: não quer destruir vidas inocentes!

Quando intelectuais europeus, nascidos e criados em democracia, chegam ao ponto de propagandear barbaridades destas, torna-se por demais evidente o grau de risco com que é confrontada a população israelita. O seu futuro mostra-se pouco risonho e não é assim tão descabido que a médio prazo os fantasmas da primeira metade do Século XX retornem em força.

A Shoah é-nos mais próxima do que parece.

09 agosto 2006

Notas da Guerra Grande XV

Trecho da entrevista ao geógrafo Demétrio Magnoli , organizador da obra colectiva, História das Guerras editada pela Contexto:

(...)

A Guerra do Paraguai, maior conflito entre países na América do Sul, merece um capítulo em “História das Guerras”. No contexto da segunda metade do século XIX -Guerra da Criméia, Guerra de Secessão, Guerra Franco-Prussiana-, qual a relevância desta guerra, no plano internacional?

Magnoli: O capítulo sobre a Guerra do Paraguai, do historiador Francisco Doratioto, está dedicado justamente a dissolver o mito de que esse conflito resultou essencialmente dos interesses britânicos na América do Sul. Sem dúvida, a Grã-Bretanha apoiou a Tríplice Aliança, mas a guerra decorreu do choque entre os interesses nacionais dos seus participantes. Ela é um evento secundário na política mundial do século XIX, mas um evento decisivo na configuração dos Estados nacionais brasileiro e argentino. A Guerra do Paraguai consolidou a unidade do Brasil e a unidade da Argentina. Ela fechou as portas à constituição de um grande Estado platino em torno do Paraguai e dos seus aliados uruguaios. Toda a geografia política da região platina foi desenhada nesse conflito.

(...)

Entrevista de Humberto Pereira da Silva publicada em Trópico.

Notas da Guerra Grande XIV - Memorial Mallet

07 agosto 2006

Muitos Números

Durante o célebre «massacre de Jenin» ouviram-se os números mais estapafúrdios, mas tudo começou com 500 mortos entre a população civil. O represente sueco da ONU chegou ao aeroporto Ben Gurion, vindo de NY, e confirmou «o massacre de Jenin», na mesma altura em que a Al-Jazeera passava imagens de confrontos e de representantes do Hezzbollah e do Hamas dizendo que estavam a dar luta aos sionistas. Uma semana depois, o representante da OLP na ONU falava em 75 vítimas. Uns dias depois, havia 37 vítimas entre os palestinianos e 23 entre os israelitas.

Francisco José Viegas - A Origem das Espécies

05 agosto 2006

Sionismo

Com o eclodir da guerra entre o Hezbollah e Israel reapareceu com força a utilização do termo «sionista» para adjectivar aqueles que não partilham da visão simplista que atribui a Telavive todas as culpas pelos males na região.

Não se pense porém, que a sua verbalização se limita ao tresloucado presidente iraniano ou aos movimentos de cariz fascista, que por todo o mundo pululam brandindo Os Protocolos dos Sábios de Sião como prova irrefutável da intenção judaica de dominar o mundo.

É raro o dia em que militantes engajados, pseudo-pacifistas, analistas partidários e intelectuais alternativos não acusam o sionismo de crimes contra a humanidade denunciando conspirações internacionais para promover a guerra e a mortandade.

No melhor estilo de Goebbels repetem até à exaustão os seus delírios, desculpabilizando todos os pogroons presentes e passados, que no fundo até admitem como necessários para construir o admirável mundo novo que defendem.

Acham-se todos, no entanto, muito moderados e progressistas...

02 agosto 2006

Recorrendo

Os jornais de hoje informam que os advogados dos assassinos de Gisberta pretendem recorrer.

Acham que treze meses (eu disse meses) para um homicídio precedido por dias consecutivos de tortura é uma pena exagerada!

01 agosto 2006

Repulsa

Um dos mais hediondos crimes já cometidos em Portugal teve hoje o seu desfecho.

A gang que torturou até à morte o travesti brasileiro Gisberta recebeu «penas» entre 11 a 13 meses de «internamento».

São coisas como estas que comprovam o atraso civilizacional português e demonstram que ainda estamos a anos-luz da Europa desenvolvida.

A homofobia mesclada com a xenofobia sai impune e recebe dos tribunais portugueses um incentivo a repetir gracinha.

Preparem-se para novos episódios.

Heranças

Ao fim de 47 anos ininterruptos de poder absoluto, Fidel Castro afastou-se temporariamente por problemas de saúde. No seu lugar fica o seu querido e fiel irmão Raul Castro.

Que beleza de Revolução! Sempre tão preocupada em manter esse valor essencial da sociedade que é a família!

Mas não se pense que é uma virtude do socialismo tropical cubano, já que o camarada norte-coreano King-Il-Sun já havia transmitido o poder ao rebento Kin-Jon-Il, para deleite desse grande democrata chamado Bernardino Soares.

Talvez por defenderem tão elevados valores familiares é que ainda não vimos nenhuma manifestação na Avenida Paulista ou no Rossio protestando contra os regimes em causa.

É certo que milhares de dissidentezinhos abarrotam as cadeias de Pyongyang e Havana, mas o que importa a vida de uns traíras perante os tenebrosos crimes do imperialismo ianque e seus lacaios sionistas?