21 abril 2006

Telê Santana (1931-2006)

Quando o árbitro apitou o fim do jogo, naquele fatídico dia 5 de Julho de 1982 no Estádio Sarriá em Barcelona, estava criada uma nova lenda no mundo do futebol.

A fabulosa equipa do Brasil, unanimemente apontada como a vencedora antecipada do Mundial da Espanha, caía aos pés do italiano Paolo Rossi, autor dos três golos que levariam a selecção transalpina a prosseguir rumo a um título de todo inesperado.

Ficava para trás o incrível escrete de Oscar, Júnior, Éder e daquele que foi talvez o melhor meio-campo da história: Cerezzo, Falcão, Zico e Sócrates.

Passados quase 25 anos, poucos se lembram da equipa italiana, dos seus jogadores ou das suas escassas virtudes. Mas não há um único amante do futebol que não recorde com nostalgia aquela incrível equipa canarinho e que não a reconheça como uma das melhores formações de sempre. Junto com a Hungria de 1954 e a Holanda de 1974, o Brasil de 1982 tornou-se imortal.

Morreu hoje Telê Santana, o criador daquela verdadeira máquina de jogar futebol.

Adorado pela exigente torcida brasileira, sua popularidade não resistiu porém ao desaire de 1986 no México e taxado de pé-frio afastou-se dos comandos da Selecção. Após uma curta travessia no deserto deu a volta por cima e comandou a imbatível equipe do São Paulo que com nomes como Raí e Müller dominou o panorama mundial no início dos anos 90.

Provou assim ser possível aliar os resultados com a magia da bola, e consagrou-se como o maior de todos os treinadores. Passou a Mestre!

Com ele, desaparece também um dos raros resquícios de romantismo no futebol brasileiro.

O mundo da bola está mais pobre.