06 janeiro 2006

Notas da Guerra Grande

Durante décadas a Investigação, Bibliografia e Iconografia dedicada ao mais sangrento conflito da História das Américas foi diminuta, tendo em conta a importância da Guerra do Paraguai para a História dos países nela envolvidos. O evento foi como que deixado num «limbo» deixando consolidar ideias feitas e apressadas conclusões ditas «definitivas».

Em meados dos anos 50 o ditador Alfredo Stroessner resolveu recorrer à figura histórica de Solano Lopez para fundamentar no nacionalismo o regime ditatorial que durante cerca de três décadas dominou o Paraguai. Estava lançado o mote para que surgissem por toda a América Latina textos que pretendiam ver no «Lopizmo» uma espécie de libertação anti-imperialista e no conflito uma imensa manobra inglesa para sufocar um idílico regime progressista e igualitário.
O brasileiro José Júlio Chiavenato e o argentino Leon Pomer foram os expoentes máximos desta corrente que predominou no meio académico e no imaginário popular até meados dos anos 90.

Nos últimos anos no entanto, a chamada Guerra da Tríplice Aliança voltou a despertar a atenção da Historiografia brasileira e argentina com a publicação de obras de fôlego por investigadores credenciados como Francisco Doratioto, Ricardo Salles, André Toral e Miguel Angel de Marco, que permitiram um significativo avanço para a compreensão do tema, muito acima da cantilena ideológica até então preponderante. Da Historiografia paraguaia e uruguaia chegam-nos ainda muito poucos ecos...

Mas nem só da Historiografia vive a memória da Guerra do Paraguai. Há muito que a Arte, a Literatura, a Música, o Cinema e agora a Internet vão coleccionando alusões ao acontecimento.

Na ausência de um blog dedicado, procurararemos aqui no Arouche contribuir com algumas pequenas notas.

As Notas da Guerra Grande!