02 maio 2006

A Bofetada de Evo Morales

Durante todo o seu mandato, com o intuito de agradar as alas mais radicais do PT e na busca incessante de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, Lula e seu governo insinuaram o seu apoio aos folclóricos Hugo Chavez e Evo Morales.

Pretendendo liderar o bloco das nações em desenvolvimento, o Brasil de Lula optou por uma dicotomia interessante na política externa: Não afrontar directamente os EUA e o Presidente Bush, mas não perder nunca o seu pendão terceiro-mundista, chegando a flertar com ditadores do calibre de Omar Bongo do Gabão ou o eterno Fidel Castro de Cuba.

O resultado está à vista. Como quem brinca com o fogo normalmente sai queimado, o Brasil vê-se agora em apuros com a nacionalização das reservas de gás natural por parte da Bolívia, que atinge em cheio a Petrobrás, a mais importante empresa brasileira.

Os líderes petistas «descobrem» agora com assombro, que para parcela significativa da América Latina, o gigante verde-amarelo constitui com sua enorme economia, uma potência regional predadora, e que não são apenas os interesses das multinacionais americanas e francesas que estão em jogo. Os bolivianos espetam assim uma «bofetada» nacionalista na irresponsável verborréia solidária do governo brasileiro e demonstram, depois do fiasco no Haiti, que isto do «imperialismo» pode tocar a todos...