Arouche
Um Largo com Ideias, Xadrez e História!
29 outubro 2006
28 outubro 2006
27 outubro 2006
Uma Explicação
Muita gente não entende porque o Lula só cresce, enquanto o Geraldo só desce.
Fácil: o Geraldo resolveu prometer emprego.
A turma não quer emprego. Quer salário.
O Lula entende bem disso.
E dá-lhe bolsa família.
Ainda a AMIA
O Francisco José Viegas mostra-nos neste post os novos desenvolvimentos do caso.
23 outubro 2006
Os Livros e Os Dias
E é nesse espírito que o autor candiano de origem argentina, se apresenta neste misto de diário de leitura, bloco de notas e crítica literária.
Como pano de fundo, um profundo amor pelos livros.
É verdade que esta obra não tem a mesma força do seu mais popular trabalho, o imprescindível Uma História da Leitura (Lisboa:Ed.Presença,1998), cuja primeira parte consiste numa das mais fascinantes narrativas já feitas sobre o prazer dos livros e da literatura.
Mas mesmo não sendo brilhante, não deixa de ser saboroso acompanhar Manguel - um assumido bibliófilo - pelas páginas de Cervantes, Conan Doyle, Bioy Casares, Machado de Assis, Goethe e outros.
Tudo mesclado com reflexões sobre a vida, o estado do mundo - a Guerra do Iraque está sempre presente - e as observações do autor, a respeito das suas múltiplas peregrinações, que nos levam de Buenos Aires ao interior de França com várias paragens pelo meio.
Sobre Portugal algumas passagens nem sempre acertadas.
Fala de Coimbra e sua «refinada biblioteca barroca», cita uma passagem dos Lusíadas a respeito do deslumbramento do poder, mas confunde D.Sebastião com D.Manuel II.
Manguel diz que «a leitura é uma conversa». Aqui registou uma dúzia desses diálogos. Só é pena que se tenha limitado aos doze meses do ano...!
(MANGUEL, Alberto, Os Livros e os Dias, São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
21 outubro 2006
Blogs de Xadrez
Destaco aqui três:
O Susan Polgar Chess Blog, da mais velha das irmãs-prodígio da Hungria e que foi uma das principais fontes de informação no recém-terminado match da reunificação entre Topalov e Kramnik.
O português Peão Dobrado, até ao momento a mais feliz incursão do Xadrez na blogosfera nacional. Bem escrito, com temática variada e um grafismo agradável, só peca por manter o anonimato.
E por fim o excelente blog brasileiro Xeque.net, a meu ver, o mais interessante endereço de Xadrez na Internet em língua portuguesa. Pouco virado para a competição e o imediatismo, aposta nas excelentes crónicas do carioca Dirceu Viana, nos esclarecimentos do Árbitro Internacional Antônio Bento e numa sóbria mas interessante iconografia incorporada.
19 outubro 2006
Outra Vez o Aborto
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Aborto
A interminável discussão sobre o aborto teve hoje mais um episódio na Assembléia da República.
Esclareço em primeiro lugar que sou totalmente favorável à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e que tendo votado pelo «Sim» no primeiro referendo, obviamente voltarei a fazê-lo na nova consulta popular que tudo indica acontecerá em breve.
Esta é uma daquelas questões em que manda a hipocrisia, e que a lei é totalmente ineficaz . Duvido que mulher alguma faça um aborto alegremente e acredito piamente que a despenalização não fará o seu número aumentar. Irritam-me profundamente os tais «defensores da vida» que promovem a todo custo a concepção,mesmo que as crianças que daí nasçam sejam abandonadas, maltratadas, escravizadas, humilhadas e violadas ou que cresçam numa família disfuncional com pais ainda adolescentes. Os tais senhores que consideram «vida» um amontoado de células e que se estão nas tintas para o futuro desses rebentos são os mesmos que tudo fazem para combater a educação sexual nas escolas e a promoção dos meios anticoncepcionais.
Vivem no seu mundinho a pregar virtudes que raramente respeitam. Frequentemente são abjectos.
Do outro lado da barricada há no entanto o correspondente.
Em Portugal a luta a favor da despenalização do aborto tem estado infelizmente entregue, aos palhacinhos do Bloco de Esquerda que com seu moralismo em sentido contrário julgam-se o supra-sumo da humanidade, sempre prontos a julgar e condenar os outros.
Episódios ridículos tipo o «aqui mando eu» protagonizado por uma totozinha bloquista à porta de um Tribunal apenas contribuem para a radicalização da discussão e muito têm ajudado para o perpetuar do problema em Portugal. Atitudes como a que hoje teve Odete Santos, uma das várias aberrações inimputáveis do Parlamento português, explicam porque o país continua neste tópico na cauda da Europa.
É óbvio que foi um erro ter convocado o primeiro referendo. O Parlamento podia e devia ter legislado na altura. Infelizmente não o fez.
Mas perante a vitória do «Não» é uma autêntica irresponsabilidade advogar a modificação da lei sem o recurso a um novo referendo. E mais...a meu ver este só devia ser convocado passados pelo menos dez anos a seguir ao primeiro. Porque meus amigos, caso tal não aconteça, os tais «defensores da vida» e os seus aliados no Parlamento terão todas a legitimidade para voltar à carga quando a despenalização for aprovada. Em Democracia é preciso saber respeitar os eleitores e os formalismos e não apenas acatar os resultados quando nos agradam.
E a vida ensina que às vezes é necessário recuar um passo para poder depois avançar dois...
18 outubro 2006
Kafkiano
É sempre possível argumentar que o que se passou nos últimos quatro anos no país, com o desmascarar da maior rede de corrupção já montada numa democracia latino-americana, é por si só um facto excepcional, o que deveria ter liquidado as pretensões do candidato-presidente.
Mas isso em nada invalida a veracidade da constatação citada e apenas confirma que o Brasil vive um momento kafkiano.
Ninguém duvida que Lula é corrupto, ninguém acredita na inocência dos membros da sua quadrilha, praticamente todos os seus crimes foram comprovados pela imprensa e pelas investigações policiais e mesmo assim todos aguardam a sua vitória eleitoral.
Não que alguém tenha acreditado por algum momento numa punição judicial contra Lula, José Dirceu, Genoíno e outros membros da organização subterrânea que tomou conta do país. Mas não foram poucos - a começar pelos líderes do PSDB - que demonstrando desconhecer profundamente a essência do Brasil profundo, pensaram que poderiam cozinhar Lula em lume brando até uma hipotética vingança eleitoral.
O resultado é o que se vê!
16 outubro 2006
15 outubro 2006
Recarga
Desta feita trata-se da incrível teoria da conspiração posta a correr pelos membros da seita, que procura culpabilizar os jornalistas e a divulgação das fotos do dinheiro sujo do dossier, pelo falhanço da eleição do Chefe Lula na 1ª volta.
O curioso é que nem se dão ao trabalho de desmentir a veracidade do acto de fabrico do dossier, nem de demonstrar a origem do dinheiro. Apenas espumam de raiva pelo facto dos jornais cumprirem a sua função e publicarem as fotografias.
Quem tem comandado a «indignação» da quadrilha é a revista Carta Capital, órgão oficioso do petismo, e por isso mesmo agraciada por generosas verbas publicitárias governamentais. No seu último número, a revista - que tem se destacado pela ardorosa defesa do status quo estrelado e pela admiração feroz a Evo Moralez - «denuncia» a avidez dos repórteres em captar as imagens e furar assim a interdição do Ministro da Justiça.
Os jornalistas fizeram o seu trabalho e publicaram as matérias que comprovam um facto: A utilização de dinheiro obscuro por parte do PT para fabricar acusações a desafetos políticos. Mas para a Carta Capital e seus verdadeiros patrões, a dignidade jornalística tem outra nome: golpismo.
Depois de tomar conta do governo federal, assaltar os cofres públicos, montar uma rede criminosa com dimensões nunca vistas no Brasil, tudo indica que o PT de Lula da Silva, se prepara para voltar à carga, e retomar no segundo mandato um antigo ideal do grupo: atacar a «imprensa burguesa».
No primeiro mandato falhou o projeto da Ancinave. Agora no segundo, com a legitimação eleitoral, dificilmente alguém os conseguirá segurar...
14 outubro 2006
Assumindo
Depois do momento de lucidez que impediu a vitória da quadrilha a 1 de Outubro, o gigante verde e amarelo assume agora, sem pudores e sem vergonha, a condição de República das Bananas.
04 outubro 2006
Mau Sinal
Não se pode combater uma gang como a dos Petralhas unindo-se a outra como a dos populistas evangélicos.
Era bom que o candidato do PSDB se lembrasse disso.
Tortura Televisiva
03 outubro 2006
Fábula
Parece que só agora alguns jornalistas descobriram a existência de Alckmin.
Andavam tão deslumbrados com a fábula de Lula que nem deram conta de que o Príncipe virou Sapo!
02 outubro 2006
1º Turno
Sem dúvida uma boa notícia!
O Brasil não ofereceu ao mundo o triste espectáculo da legitimação total - com uma maioria na primeira volta - de um líder corrupto como Lula da Silva.
Posto isto, convém não embandeirar em arco.
O cenário que ontem saiu das urnas, está muito longe de ser animador. Algumas considerações:
1) Lula parte para o segundo turno como favorito absoluto e será muito difícil derrotá-lo. Com mais de 48% dos votos conquistados, é também o herdeiro natural da maioria dos eleitores de Heloísa Helena. Ou será que alguém consegue imaginar os seguidores de Babá e Luciana Genro a votar em Alckmin?
2) Com o susto da primeira volta, é de esperar que o PT ponha toda a sua «organização» subterrânea a trabalhar. Se mesmo com a vitória quase assegurada foram capazes de um episodio grotesco como o do «Dossier», imagine-se o que farão agora que se sentem acossados! Estou até muito curioso para ver o comportamento de Marcola e do PCC nas próximas semanas...
3) São Paulo consagrou José Serra e foi decisivo para evitar o triunfo imediato do PT. Já nos grotões do Norte e do Nordeste, tradicionais redutos do voto de cabresto e do eleitorado manipulável - o assistencialismo Lulista triunfou facilmente. O coronelismo está de volta!
4) A taxa de renovação no Congresso foi baixa. E a maioria dos mensaleiros e sanguessugas retornará triunfante a Brasília. A lista dos Senadores e Deputados eleitos é assustadora: Collor de Melo, Paulo Maluf, José Genoíno, João Paulo Cunha, José Mentor, Palloci, Berzoini...E para completar a festa o grande nome da renovação é o folclórico showman Clodovil Hernandez!
Se confirmada a sua reeleição, Lula não terá grandes problemas em encontrar «companheiros» que, em troca de apoio, aceitem usufruir dos «subsídios» desviados dos cofres públicos pelo seu Partido dos Trabalhadores.
Depois de acompanhar madrugada dentro a apuração dos votos, confesso a minha alegria pelo fracasso temporário da quadrilha de Lula. Mas talvez pelo meu eterno pessimismo, penso que apenas se ganhou uma batalha. Ao contrário do que acontece no cinema, a vida real não tem por hábito apresentar finais felizes. Por isso é provável que no fim, Lula e sua Gang acabem por ganhar a guerra...
29 setembro 2006
Imagem Símbolo
Mostra cerca de 1,75 milhões de Reais ( cerca de 600 mil Euros), apreendidos pela Polícia Federal brasileira a assessores do Partido dos Trabalhadores e que se destinavam a pagar o fabrico de um dossier contra o candidato ao governo de São Paulo - José Serra - procurando assim atingir também o candidato presidencial do PSDB, Geraldo Alckmin.
Como sempre Lula nada sabia...
Limitou-se a culpar «as elites» e mandou a sua tropa de choque impedir a publicação das fotografias.
28 setembro 2006
Netcabo
Está tudo lá: As dificuldades nas ligações, os intermináveis inquéritos de identificação, a impotência dos operadores, a inexistência de respostas práticas da empresa e, acima de tudo, a total falta de respeito pelos clientes.
Dificilmente haverá em Portugal um exemplo melhor daquilo que se convencionou chamar de falta de produtividade.
Felizmente já sou um ex-cliente...
O Dente da Galinha
«Com o Collor agora em empate técnico na disputa pro senado e Lula certo em um segundo mandato, eu já posso até imaginar, nos próximos esquemas de roubalheira do Governo Lula, o Collor na tribuna, com aquele olhar psicopata que só ele tem, punho em riste, bradando contra a corrupção e em nome da ética.
Já dizia meu avôzinho de 90 anos: se você vive tempo o suficiente, vê de tudo, até galinha criar dente.»
26 setembro 2006
Fantasma
25 setembro 2006
Sábado
O eco dos manifestantes «pela paz e a tortura», o ambiente crescente de ansiedade, a forma como as discussões familiares - e não só - são descritas, a introspecção presente da primeira à última linha, fazem deste Sábado uma leitura no mínimo muito apetecível.
(McEWAN, Ian, Sábado, Lisboa: Gradiva, 2005)
21 setembro 2006
Povos Distintos
No Brasil o Presidente foi flagrado a mentir,roubar,manipular e conspirar. E a população está em casa a preparar a sua reeleição.
19 setembro 2006
Estrela Glutona
Mas o PT parece não estar satisfeito com a boquinha do Governo Federal.
Afinal uma entidade mafiosa precisa sempre de mais e mais e mais e mais...
A solução foi apontar baterias para São Paulo para tentar salvar o «companheiro» Mercadante e assim embolsar também os abastados cofres do Estado mais rico do país.
Pode-se acusar a Quadrilha Petista de tudo!
Menos de falta de iniciativa!
18 setembro 2006
Amnésia
Os «pacifistas» de pacotilha e os «militantes» da treta, que tão solicitamente pulam para as ruas sempre que o alvo é Israel e que adoram «denunciar» as «atrocidades ianques e sionistas» mantiveram até ao momento um silêncio ensurdecedor.
Em Portugal onde estão as manifestações dos bloquistas, comunistas e restante fauna, em frente da embaixada do Sudão ou o apelo ao boicote internacional ao regime de Cartum?
Tal apatia está no entanto prestes a terminar.
Ontem George W. Bush afirmou ser possível o uso da força, caso o regime sudanês continue a impedir a ajuda humanitária ao povo do Darfur e prossiga as acções genocidárias.
É portanto fácil de prever, que muito em breve, teremos os amnésicos militantes grunhindo as tradicionais palavras de ordem contra o «imperialismo» e denunciando a «ingerência» de Washington em terras africanas.
É esperar para ver...
17 setembro 2006
Oriana Fallaci (1929-2006)
Poucos foram os intelectuais que demonstraram nos últimos anos a coragem, a força e a dignidade desta italiana cosmopolita, e que assumiram frontalmente o perigoso confronto com os fanáticos de turbante.
Jornalista e escritora, nunca cedeu aos totalitarismos e enfrentou sem receios muitos dos grandes canalhas do nosso tempo. Do argentino Gualtieri ao etíope Selassié, passando por Álvaro Cunhal e o Aiatolá Khomeini, nunca se curvou perante facínoras de qualquer calibre.
Militante anti-fascista, manteve-se coerente e defendeu como poucos a Democracia, os direitos da mulher e o livre pensamento. Por isso granjeou simpatias e admiradores ao mesmo tempo que despertou o ódio dos fanáticos e dos habituais pobres de espírito.
Perseguida pela doença não se deixou abater, e no pós-11 de Setembro perante tanta falta de escrúpulos e espinhas dobradas, publicou duas obras que no seu conjunto são talvez o mais angustiado grito de revolta, contra o extremismo muçulmano, já publicado no Ocidente.
Como não podia deixar de ser, foi insultada, ameaçada e processada, e mesmo com a apatia da generalidade dos meios cultos europeus, não recuou e defendeu até ao fim as suas firmes convicções.
Uma mulher notável.
(FALLACI, Oriana, A Raiva e o Orgulho, Algés: Difel, 2002)
(FALLACI, Oriana, A Força da Razão, Algés: Difel, 2004)
16 setembro 2006
12 setembro 2006
Frase do Dia
«O sonho de Saddan Hussein é ser julgado no Brasil!»
11 setembro 2006
Turma do Lula
09 setembro 2006
Cinco Anos
Um exemplo simples é a teoria tão em voga em alguns círculos, de que logo após os ataques ao World Trade Center, os americanos teriam recebido um unânime apoio e solidariedade e que teria sido o unilateralismo belicista de George Bush que teria deitado tudo a perder. Para comprovar a tese, é citada amiúde, a famosa manchete do Le Monde de 12 de setembro de 2001 que estampava a frase «Somos Todos Americanos».
O problema desta teoria tão bela e simplista é que pura e simplesmente é falsa!
E é aqui que entra a questão da desonestidade intelectual.
Porque quem pretenda olhar para os factos como eles realmente são, lembra-se perfeitamente que os corpos das milhares de vítimas de Nova York e Washington ainda estavam quentes, e já uns dedicados «analistas independentes» esforçavam-se a justificar, compreender, contextualizar, explicar e relativizar o morticínio americano.
Condenações inequívocas é que se viram poucas!
Em Portugal no próprio dia dos acontecimentos não faltaram os sábios de costume, que mal conseguindo disfarçar a sua alegria com o que viam, proclamavam a inevitabilidade dos atentados pela política externa americana, chegando a atribuir a Bush, que estava no poder há apenas oito meses, a responsabilidade moral da chacina. Não foi à toa que António Barreto desabafava no Público, cinco dias depois dos atentados, a sua revolta pela desavergonhada reacção que algumas infames figuras da nossa vida pública demonstravam.
Um conhecido meu, membro dedicado da ortodoxia do PCP, contava-me dois dias depois dos atentados, que tinha assistido ao vivo com alguns camaradas, a derrocada da segunda torre e que então tinham comemorado efusivamente o alegre acontecimento! Esse aliás foi o sentimento reinante nos chamados meios engajados que um pouco por todo o lado «lutam» por um «mundo melhor»!
E as vítimas? Ah as vítimas! Não faltaram desde então as contabilidades perversas a demonstrar que os milhares de mortos do 11 de Setembro eram apenas uma pequena cifra quando comparadas às vítimas dos pérfidos ianques. E por magia logo muitos se lembraram que foi num 11 de Setembro que Pinochet derrubou Allende com o apoio da CIA!
Estão a ver a mensagem ? No fundo os «américas» mereceram a «lição»!
Outro aspecto curioso, é que foram precisos muitos meses e dezenas de confissões de Bin Laden e seguidores, para que algumas almas se convencessem da autoria dos atentados. Sim! Porque nos dias que se seguiram logo apareceram iluminados a atribuir à Mossad e à CIA a responsabilidade pelo sucedido. Um imbecilzinho qualquer do Bloco de Esquerda chegou até a dizer à comunicação social, após um encontro com um representante da OLP, que existiam provas de que se tratava de uma conspiração dos Serviços Secretos israelitas para culpabilizar os árabes e assim ter um pretexto para atacar o Afeganistão!
Depois de inequivocamente comprovada a autoria da matança, não me lembro de ter ouvido de nenhum desses senhores um único pedido de desculpas ou um simples mea-culpa. Nada! Mas não passa um único dia em que os mesmos não exijam uma retratação das forças da coligação pela inexistência de armas de destruição maciça no Iraque. Esse mesmo Iraque de Saddam Hussein retratado pelo ídolo Michael Moore como um lugar quase idílico...
Por tudo isso não me venham com a treta da solidariedade global para com os EUA no 11 de Setembro. Porque foram muitos os que comemoraram a destruição e a morte semeada pelos terroristas, e que no seu íntimo tomaram como suas as palavras escritas numa faixa afixada nos arredores da Universidade de São Paulo: «Obrigado Osama!»
(Post requentado)
07 setembro 2006
Surpresa
Mas como é possível que alguém ainda consiga se surpreender com as atitudes do PCP e seus militantes?
01 setembro 2006
Perdão
Vai concorrer ao Senado e já declarou seu voto nas presidenciais: Lulla da Silva!
É como diz o velho ditado:
Ladrão que apóia ladrão tem mil anos de perdão!
31 agosto 2006
30 agosto 2006
Escumalha
É certo que continua a viver na merda, com pouco ou nenhum acesso ao Trabalho, à Saúde e Educação. Mas o que importa isso quando a razão principal da sua miserável existência está mais do que assegurada ?
29 agosto 2006
Tony Miles
«A característica que um jogador de Xadrez mais necessita, talvez seja, a existência de um perverso sentido de humor»
28 agosto 2006
Atentado na AMIA
Nem tanto pela forma acolhedora com que foram recebidos na Argentina muitos foragidos pertencentes ao antigo regime nazi, mas por que foi em Buenos Aires que o Hezbollah fez a sua «estréia» internacional no dia 18 de Julho de 1994, com o atentado contra a AMIA (Associación Mutual Israelita Argentina), cujo saldo foi de 85 mortos, centenas de feridos e um grande encobrimento por parte das autoridades peronistas.
Veja-se a esse respeito o interessante filme 18-J, que reuniu em 10 pequenos curta-metragens alguns dos principais realizadores argentinos - como Adrián Caetano, Lucía Cedrón e Carlos Sorín - com sua visão pessoal do morticínio portenho.
27 agosto 2006
Drácula
Embora a escrita não prima pela excelência e a história seja mais do que rocambolesca, o certo é que a primeira obra da americana Elizabeth Kostova tornou-se um best-seller mundial e foi considerado pelo Book Sense, o livro do ano em 2005 na categoria Ficção Adulta.
O eixo da narrativa prende-se com a procura do túmulo de Vlad o Empalador, a figura histórica por trás do mítico Conde Drácula, popularizado pelo livro de Brian Stocker.
Durante 600 longas páginas, historiadores, amadores e profissionais, percorrem ao longo de décadas, vários países e regiões na busca de pistas que os conduzam ao antigo soberano da Valáquia. Sempre com abundantes referências a livros, bibliotecas, arquivos e tradições. E muita história medieval pelo meio.
O curioso é que em Maio último, o governo da Romênia, na esteira das reparações aos espoliados pelo antigo regime comunista, resolveu devolver à familia Von Habsburg, o Castelo de Bran, que parece ter sido a base do terrível Vlad Tepes.
Trasformado em lucrativo ponto turístico, há muito tem sido disputado e acarinhado como a residência do dentuço. Um pouco à moda do Loch Ness escocês.
O que daqui se tira é que a moda dos vampiros veio mesmo para ficar. Seja na literatura light, seja nas atracções turísticas, seja no Congresso brasileiro, chupar sangue é um verdadeiro must.
(KOSTOVA, Elizabeth, O Historiador, Lisboa: Gótica, 2005)
26 agosto 2006
Saudades de Rivaílde
(Post Requentado)
Correndo o risco de passar por doido, caso algum brasileiro leia este post, quero confessar aqui publicamente que morro de saudades das campanhas eleitorais tupiniquins!
E em particular do Horário Eleitoral Gratuito conhecido em Portugal pelo apelido de Tempo de Antena.
Nos meus tempos de menino no Brasil delirava com a novidade que me permitia assistir durante dois longos meses, num simultâneo de rádio e televisão, com todos e canais e estações transmitindo sem excepção, um imenso mosaico humano que através das mais estapafúrdias propostas, dos mais abjectos insultos, da manipulação mais infame, procurava vender seu candidato aos incautos eleitores.
E no entanto confesso envergonhado a minha nostalgia!
Como esquecer a bizarra figura de Rivailde Ovídio que em 1985 abrilhantou a campanha para a Prefeitura de São Paulo que marcou o regresso triunfal de Jânio Quadros frente ao futuro Presidente Fernando Henrique Cardoso ?
«Onde está você Franco Montoro?» gritava Rivaílde procurando assim «denunciar» a impotência do então Governador paulista perante a escalada da violência urbana.
Como não recordar a baixaria generalizada da Campanha de 1986 que colocou na mesma corrida para o Governo do Estado de São Paulo, o mega-empresário António Ermírio de Morais e dois dos maiores facínoras já produzidos pela política brasileira: Os famigerados Orestes Quércia e Paulo Maluf .
E o que dizer da incrível vitória de Luiza Erundina que se tornou em 1988 a primeira mulher a comandar a maior cidade do Brasil e da memorável campanha presidencial de 1989 que devolveu à sociedade civil o direito de escolher de forma democrática o seu Presidente. É verdade que essa mesma sociedade preteriu um político da craveira de Mário Covas, enviando para a segunda volta o radicalismo do PT ( Perto do qual o actual petismo - apesar de corrupto - parece reacionário...) e a aberração Fernando Collor de Mello.
Acompanhando agora à distância uma nova campanha, marcada por mensalões e sanguessugas, não deixo de pensar naqueles anos, em que apesar de tudo, a redemocratização parecia tornar o Brasil um país viável.
Um país que acabou nas mãos de Marcola, Lula e Zé Dirceu...
25 agosto 2006
Projectos
Pouco acostumado a perguntas incisivas, habituado que está a bajuladores juramentados, enervou-se e deixou que a boca fugisse para a verdade: Afirmou que o seu governo «combate a ética» e que na sua gestão «só o salário caiu».
Poderiam ser apenas gafes. Mas cruzadas com os factos são muito mais do que isso.
São um projecto de vida!
Uma semana depois as pesquisas dão-lhe um crescimento de sete pontos.
Viva o Povo Brasileiro!
23 agosto 2006
Sintonia
Amparado em adversários inexistentes, subsidiado pelo regabofe do dinheiro público e sustentado por uma inigualável máquina de campanha, o grande Lula já garantiu a reeleição.
Desenganem-se porém, aqueles ingenuamente atribuem o brilharete somente às muitas artimanhas dos «companheiros» e à ignorância das massas.
O homem veio do povo. E sabe o que o seu povo quer.
E esse povo é o mesmo que já amou Getúlio Vargas e Ademar de Barros, que já elegeu Jânio Quadros e Fernando Collor, e que repetidas vezes consagrou Paulo Maluf e Antônio Carlos Magalhães. No fundo, um povo que admira a esperteza de Luís Ignácio e até inveja o enriquecimento súbito de seus rebentos.
Um povo com alma de Zé Dirceu.
Um povo em sintonia com seu líder.
Brilhante...
21 agosto 2006
Ninharias
Coisa pouca em se tratando de PT.
Nada que duas ou três cuecas recheadas não resolvam numa tarde.
20 agosto 2006
Rogério Ceni - O Magnífico
Com 64 golos marcados, superou o mítico paraguaio Chilavert, e ainda defendeu um pénalti fazendo a torcida sãopaulina esquecer a falha na final da Libertadores.
Tem lugar cativo na galeria de honra do Morumbi, onde já constam nomes como Dario Pereyra, Raí e Telê Santana.
É por essas e por outras que é muito bom ser Tricolor!
19 agosto 2006
José Raul Capablanca
«O Xadrez é mais do que um jogo. É uma diversão intelectual que tem algo de arte e muito de ciência.»
18 agosto 2006
A Casa de Papel
E em que ponto é que a paixão passa a ser uma obsessão ?
Um romance delicioso do argentino Carlos Maria Domínguez, radicado em Montevidéu desde 1989.
(DOMÍNGUEZ, Carlos María, A Casa de Papel, Porto: Asa, 2006)
16 agosto 2006
O Fim de Stroessner
Se no Século XIX a sua existência ficou marcada pelos regimes autoritários de José Gaspar Rodriguez de Francia, Carlos Lopez e Francisco Solano Lopez, o século XX destacou-se pela vitória perante a Bolívia na disputa pela região do Chaco e pelas três décadas de autoritarismo de Alfredo Stroessner.
Homem reservado, com pouco ou nenhum carisma, muita habilidade política - era jogador de Xadrez! - e impiedoso com os opositores, governou como quis durantes longos 35 anos (1954-1989), construindo um dos mais corruptos e ineficazes regimes autoritários, dos muitos que a América do Sul padeceu na segunda metade do Século XX.
Quando foi derrubado em 1989 , o inesquecível ano que trouxe a Democracia a dezenas de países por esse mundo fora, era o mais antigo Chefe de Estado no Ocidente e um embaraço para os EUA que o haviam suportado, pelo seu anti-comunismo, no período mais tenso da Guerra Fria. Posteriormente soube-se da sua activa participação na Operação Condor, espécie de associação criminosa dos regimes militares latino-americanos, visando a perseguição conjunta dos muitos opositores das diversas ditaduras da região.
Mas Stroessner era também um populista. E perspicaz como era, rapidamente percebeu que se queria galvanizar as massas necessitava de um tema que as unisse. Encontrou-o na figura de Solano Lopez, o homem que comandou a aventura militar que de 1864 a 1870 colocou o pequeno Paraguai em guerra com o Brasil, a Argentina e simbolicamente, o Uruguai.
Ainda que Lopez tenha edificado um regime de cariz totalitário, ainda que tenha deixado seu país completamente destruído, ainda que tenha confundido o património do Estado com o de sua família, nunca se rendeu e acabou morto em combate perante um exército várias vezes superior. Características que aliadas ao seu messianismo nacionalista, fizeram dele a figura ideal para enaltecer a imagem do militar paraguaio e assim legitimar a presença quase eterna de Stroessner no poder.
Por todo o país foram edificadas estátuas, baptizadas ruas, e até vilas e cidades em homenagem ao grande Mariscal Lopez. A História da guerra foi reescrita, adoptada nas escolas e academias e os que ousaram contestá-la arriscavam-se na melhor das hipóteses, a ver o seu patriotismo posto em causa.
Não deixa de ser paradoxal que Stroessner, um ditador de Direita, tenha ajudado a consolidar a versão do conflito que culpabiliza ao imperialismo britânico, e que no Brasil teve grande eco na Esquerda através de obra panfletária do jornalista Júlio José Chiavenato: Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai (São Paulo: Brasiliense, 1987).
Foi no Brasil que Alfredo Stroessner passou os seus últimos 17 anos de vida. Um exílio dourado no país que tantas vezes acusou de responsável histórico pela destruição do seu Paraguai. Morreu hoje de velhice aos 93 anos. Como tantos outros ditadores nunca foi condenado pelos seus crimes, nunca esboçou grandes arrependimentos e contou até ao fim com seguidores que se mantiveram fiéis.
Nada de muito original.
15 agosto 2006
Notas de Rodapé
Adoro notas de rodapé !
Aliás não concebo um ensaio, uma tese ou uma obra de investigação que não indique as fontes e as origens da informação apresentada. Sem isso, um texto por mais interessante que seja, perde toda a consistência.
Correndo o risco de ser rotulado de «neopositivista», a primeira coisa que faço ao folhear um livro de História (ou de qualquer outra das Ciências Sociais e Humanas), é observar a sua bibliografia e a existência ou não de notas de rodapé. Se estas estiverem ausentes, é meio caminho para o livro voltar para a estante ou pilha onde o encontrei!
E mais...
Para mim as notas devem estar no fim da página e nunca no fim do livro!
As notas no final da obra, apenas perturbam a leitura e saturam pela constante consulta no fim do volume.
Obviamente existem excepções.
Posso citar como exemplos os excepcionais títulos Introdução à História do Nosso Tempo de René Remond (Lisboa: Gradiva, 1994) e Da Alvorada à Decadência de Jacques Barzum (Lisboa: Gradiva, 2003).
Em ambos os casos, falamos de monumentais obras de síntese, de historiadores de primeira linha, que explicam na introdução o porque da total ausência de notas (Remond) e da sua localização no final (Barzum). Pela imensa qualidade dos autores e dos textos pode-se dizer que mesmo no primeiro caso o rigor não ficou comprometido.
(Post Requentado)
14 agosto 2006
Classe
Passados trinta anos dos célebres combates à democracia burguesa, é bonito constatar que a antiga integrante das Brigadas Revolucionárias, continua a praticar a solidariedade de classe.
13 agosto 2006
Fantasmas
Num artigo delirante, Jostein Gardner , autor do popular livro de introducção à Filosofia O Mundo de Sofia, defende através de analogias com os Talibans afegãos e o apartheid sul-africano o fim do estado de Israel. Mas faz uma ressalva: não quer destruir vidas inocentes!
Quando intelectuais europeus, nascidos e criados em democracia, chegam ao ponto de propagandear barbaridades destas, torna-se por demais evidente o grau de risco com que é confrontada a população israelita. O seu futuro mostra-se pouco risonho e não é assim tão descabido que a médio prazo os fantasmas da primeira metade do Século XX retornem em força.
A Shoah é-nos mais próxima do que parece.
09 agosto 2006
Notas da Guerra Grande XV
(...)
A Guerra do Paraguai, maior conflito entre países na América do Sul, merece um capítulo em “História das Guerras”. No contexto da segunda metade do século XIX -Guerra da Criméia, Guerra de Secessão, Guerra Franco-Prussiana-, qual a relevância desta guerra, no plano internacional?
Magnoli: O capítulo sobre a Guerra do Paraguai, do historiador Francisco Doratioto, está dedicado justamente a dissolver o mito de que esse conflito resultou essencialmente dos interesses britânicos na América do Sul. Sem dúvida, a Grã-Bretanha apoiou a Tríplice Aliança, mas a guerra decorreu do choque entre os interesses nacionais dos seus participantes. Ela é um evento secundário na política mundial do século XIX, mas um evento decisivo na configuração dos Estados nacionais brasileiro e argentino. A Guerra do Paraguai consolidou a unidade do Brasil e a unidade da Argentina. Ela fechou as portas à constituição de um grande Estado platino em torno do Paraguai e dos seus aliados uruguaios. Toda a geografia política da região platina foi desenhada nesse conflito.
(...)Entrevista de Humberto Pereira da Silva publicada em Trópico.
Notas da Guerra Grande XIV - Memorial Mallet
08 agosto 2006
07 agosto 2006
Muitos Números
Francisco José Viegas - A Origem das Espécies
05 agosto 2006
Sionismo
Não se pense porém, que a sua verbalização se limita ao tresloucado presidente iraniano ou aos movimentos de cariz fascista, que por todo o mundo pululam brandindo Os Protocolos dos Sábios de Sião como prova irrefutável da intenção judaica de dominar o mundo.
É raro o dia em que militantes engajados, pseudo-pacifistas, analistas partidários e intelectuais alternativos não acusam o sionismo de crimes contra a humanidade denunciando conspirações internacionais para promover a guerra e a mortandade.
No melhor estilo de Goebbels repetem até à exaustão os seus delírios, desculpabilizando todos os pogroons presentes e passados, que no fundo até admitem como necessários para construir o admirável mundo novo que defendem.
Acham-se todos, no entanto, muito moderados e progressistas...
04 agosto 2006
03 agosto 2006
Vítimas
Uns São Filhos Outros São Enteados?
Os Números, Sempre os Números
02 agosto 2006
Recorrendo
Acham que treze meses (eu disse meses) para um homicídio precedido por dias consecutivos de tortura é uma pena exagerada!
01 agosto 2006
Repulsa
A gang que torturou até à morte o travesti brasileiro Gisberta recebeu «penas» entre 11 a 13 meses de «internamento».
São coisas como estas que comprovam o atraso civilizacional português e demonstram que ainda estamos a anos-luz da Europa desenvolvida.
A homofobia mesclada com a xenofobia sai impune e recebe dos tribunais portugueses um incentivo a repetir gracinha.
Preparem-se para novos episódios.
Heranças
Que beleza de Revolução! Sempre tão preocupada em manter esse valor essencial da sociedade que é a família!
Mas não se pense que é uma virtude do socialismo tropical cubano, já que o camarada norte-coreano King-Il-Sun já havia transmitido o poder ao rebento Kin-Jon-Il, para deleite desse grande democrata chamado Bernardino Soares.
Talvez por defenderem tão elevados valores familiares é que ainda não vimos nenhuma manifestação na Avenida Paulista ou no Rossio protestando contra os regimes em causa.
É certo que milhares de dissidentezinhos abarrotam as cadeias de Pyongyang e Havana, mas o que importa a vida de uns traíras perante os tenebrosos crimes do imperialismo ianque e seus lacaios sionistas?
31 julho 2006
Derrota Anunciada
Ontem aconteceram as mortes de Cana e Israel resolveu aceitar um cessar-fogo de 48 horas.
A prolongarem-se as tréguas, sem que os soldadados raptados sejam libertados, sem que o Hezbollah seja neutralizado, sem que o Hamas seja desarmado, confirmam-se parte dos prognósticos do meu amigo militante.
Israel sai derrotado desta guerra a que foi arrastado, e podem clamar vitória os fundamentalistas da região personificados nos «movimentos de libertação» e nos regimes delirantes do Irão e da Síria.
Aguardemos portanto mais atentados, mais sequestros, mais rockets sobre as cidades israelitas.
Mas isso pouco incomoda os pacifistas.
Estão de parabéns!
29 julho 2006
Delicioso Cansaço
(...)
Aqui os meus pés transformaram-se em espátulas, porque em Buenos Aires non hay caminos, hay que caminar!. quando damos por nós já calcorreamos, maravilhados grande parte da cidade.
Um exemplo: partindo do Bairro da Recoletta pus-me a passear e lá fui eu pela Santa Fe, pela 9 de Julio, pelo Obelisco, pela Diagonal, pela mítica Plaza de Mayo (essa mesmo onde as mães e as esposas argentinas se reuniram todas as quintas-feiras para saberem dos seus hombres desaparecidos, isto é, ceifados pela brutal ditadura que torturou o país nos anos 70), pela beira-rio, pela Maipú, e, quando dou por mim, estou outra vaz na Callao, morto, ou quase a desmaiar, de cansaço.
(...)
26 julho 2006
Nacional de Xadrez
Estão presentes inúmeros jogadores de craveira, como Korneev, Ftacnik, Nataf, Sokolov, Romero, Riatsantsev e Mateusz Bartel, o actual campeão polaco. É provavelmente o evento xadrezístico mais forte já realizado em Portugal.
Apesar disso há a lamentar que outra vez, o mais importante certame do Xadrez nacional seja realizado na quase clandestinidade. A comunicação social pura e simplesmente o ignora concentrada que está em coisas mais importantes como os jogos do FC. Porto com equipas da 13ª divisão holandesa ou os confrontos do Benfica com os Solteiros e Casados franceses.
No entanto há que olhar para o próprio umbigo para perceber o que se passa com o Xadrez português.
Um exemplo: Neste campeonato, de longe a principal prova do calendário nacional, a equipa do Boavista apresenta-se desde o início com metade dos jogadores!!! E o que é mais incrível é que continua a jogar e ainda não foi eliminada! Os regulamentos assim o permitem porque está demasiado enraizada nos xadrezistas portugueses a ideia que as faltas de comparência são normais e aceitáveis. Por isso são tão brandas as punições.
Repare-se que não se trata de pequeno clube dedicado, mas sim do Boavista, um dos maiores clubes do país que anualmente gasta milhões de euros no futebol, mas não consegue colocar quatro xadrezistas perante o tabuleiro.
Não é portanto de admirar que os patrocinadores fujam do Xadrez como o diabo foge da cruz, e é até compreensível que os jornais e as televisões não percam tempo com aquele «jogo chato e complicado» que alguns malucos insistem em promover.
25 julho 2006
Notas da Guerra Grande XIV - Memorial Mallet
Quem se interessa ou tem curiosidade pela história militar tem, em Santa Maria, dois lugares onde é possível obter mais informações. O Memorial Mallet, localizado no Regimento Mallet, e o Centro Histórico Coronel Pillar, na Brigada Militar, possuem documentos e objetos que contam a trajetória dessas instituições.
No Memorial Mallet, fundado em 1995, os visitantes fazem uma viagem desde 1831, quando surgiu o regimento até os dias atuais. O espaço é dividido em três unidades: o museu, que ocupa dois andares de um prédio; o museu a céu aberto e o mausoléu.
Um passeio pelo museu, revela a história do regimento e do patrono, general Emílio Luiz Mallet. Armamentos usados nas forças armadas, objetos, quadros, fotografias, estandartes e outros documentos fazem parte do acervo. Um dos destaques é uma maquete que reproduz a Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da história da América Latina, que ocorreu em 1866, durante a chamada Guerra do Paraguai (1865-1870). O embate reuniu cerca de 60 mil combatentes e o saldo foi 10 mil soldados mortos.
(...)
Notas da Guerra Grande XIII
A Segunda Morte de Gisberta
A gang juvenil que durante dias a fio humilhou, espancou e torturou a vítima, encontrou com rapidez quem apontasse um infindável conjunto de atenuantes para a crueldade do caso e indicasse como de costume que a culpa era da «sociedade».
Não admira portanto, que o Ministério Público tenha deixado cair a acusação de homicídio, ficando-se apenas pelas «ofensas corporais».
Gisberta reunia um conjunto de características explosivas, que unidas a tornaram a vítima ideal: Homessexual, brasileira e indigente. Não admira por isso que o país real assobie para o lado e finja com um sorriso amarelo que nada aconteceu.
23 julho 2006
Notas da Guerra Grande XIII
A 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede em Dourados, realizará de hoje, dia 22 de julho, até a próxima terça-feira, dia 25, a 4ª edição da Marcha Cívico-Cultural Retirada da Laguna.
Este episódio histórico aconteceu no contexto da guerra da Tríplice Aliança, mais especificamente da região de Laguna, no Paraguai, a três léguas e meia do rio Apa, fronteira do Paraguai, até o rio Aquidauana, em território brasileiro, trinta e nove léguas, ao todo, percorridos em trinta e cinco dias de dolorosa recordação.
A reconstituição desse episódio tem por escopo cultuar os modelos de virtudes dos heróis da Retirada da Laguna; contribuir através da coleta de dados e da pesquisa de campo, com o estudo histórico daquela epopéia; congregar, em torno do fato histórico, a comunidade militar com os diversos segmentos da sociedade civil, particularmente o universitário.
A marcha desenvolver-se-á por itinerários em que poderão ser recordadas as difíceis situações vivenciadas pela coluna na medida em que os sítios geográficos, nos quais decorreram os fatos históricos, forem atingidos.
Foram convidados para participarem do evento Entidades de Ensino Público e Privado, Órgãos de Segurança Pública e Mídia para fazerem parte da coluna de marcha, que contará com representações civis e militares, revivendo um dos mais marcantes episódios da Guerra da Tríplice Aliança.
A participação da sociedade civil, agregará valores ao evento e será uma oportunidade ímpar para se identificar e catalogar possíveis áreas de preservação permanente, existentes ao longo do itinerário.
(...)
No Dourados News - 22 de Julho de 2006
Notas da Guerra Grande XII