25 julho 2006

A Segunda Morte de Gisberta

Mal o corpo do transexual Gilberto Salce Júnior, a Gisberta, foi descoberto no Porto, surgiram os inevitáveis psicólogos e sociólogos a «contextualizar» e «compreender» as razões do hediondo assassinato.

A gang juvenil que durante dias a fio humilhou, espancou e torturou a vítima, encontrou com rapidez quem apontasse um infindável conjunto de atenuantes para a crueldade do caso e indicasse como de costume que a culpa era da «sociedade».

Não admira portanto, que o Ministério Público tenha deixado cair a acusação de homicídio, ficando-se apenas pelas «ofensas corporais».

Gisberta reunia um conjunto de características explosivas, que unidas a tornaram a vítima ideal: Homessexual, brasileira e indigente. Não admira por isso que o país real assobie para o lado e finja com um sorriso amarelo que nada aconteceu.