10 fevereiro 2006

Senso Comum

A crise dos cartoons tem sido pródiga na revelação das credenciais democráticas de algumas das nossas personalidades.

Agora foi a vez de José Saramago opinar.

Embora não tenha alinhado nos argumentos censórios de Freitas do Amaral e Ana Gomes, o nobel português veio defender o «senso comum», sustentando que foi isso que faltou aos desenhadores dinamarqueses.

É muito curioso que tal ponto de vista tenha partido da mesma pessoa que em 1991 publicou (e a meu ver com todo o direito) uma violentíssima sátira ao catolicismo no badalado O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Para Saramago portanto, o «senso comum» só se aplica quando está em causa um símbolo islâmico, devendo ser ignorado se o objecto for a fé cristã.

Curiosa dualidade de critérios.