21 março 2006

O Factor Garotinho


Depois do PSDB, é agora a vez do PMDB definir o seu candidato às eleições presidenciais. Tudo indica que será o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

Herdeiro das tradições mais populistas de Leonel Brizola, receptor do importante eleitorado evangélico, e demagogo com grandes dotes de oratória, Garotinho será um factor a ter em conta no desenvolvimento da campanha.

Não beliscará de certeza a hegemonia de Lula e muito previsivelmente ficará atrás de Alckmin, mas o seu discurso simplista, suas soluções fáceis e a manipulação do sentimento religioso, chegarão provavelmente para consolidar a sua liderança numa parte significativa do eleitorado.

Centro político e cultural do Brasil durante séculos, o Rio de Janeiro mergulhou com a mudança da capital para Brasília, num processo de decadência cujas consequências estão à vista.

Administrações desastrosas como as de Brizola e Garotinho, levaram o Rio ao caos e ao quase desaparecimento da autoridade do Estado. Acontecimentos como os dos últimos dias, em que o exército foi obrigado a negociar a devolução de armas roubadas com os traficantes de droga, são uma consequência lógica mas absurda, de anos de prevalência de populismo, demagogia e excesso de politicamente correcto.

Ainda existe no entanto, muito mercado para este tipo de política.
Garotinhos há muitos.
E não só Brasil...