15 agosto 2006

Notas de Rodapé

Adoro notas de rodapé !

Aliás não concebo um ensaio, uma tese ou uma obra de investigação que não indique as fontes e as origens da informação apresentada. Sem isso, um texto por mais interessante que seja, perde toda a consistência.

Correndo o risco de ser rotulado de «neopositivista», a primeira coisa que faço ao folhear um livro de História (ou de qualquer outra das Ciências Sociais e Humanas), é observar a sua bibliografia e a existência ou não de notas de rodapé. Se estas estiverem ausentes, é meio caminho para o livro voltar para a estante ou pilha onde o encontrei!

E mais...

Para mim as notas devem estar no fim da página e nunca no fim do livro!
As notas no final da obra, apenas perturbam a leitura e saturam pela constante consulta no fim do volume.

Comigo, quando isso ocorre, costuma acontecer uma de duas coisas: As notas não se lêem e com isso os textos perdem grande parte do interesse, ou abandono precocemente a leitura por não ter paciência para desfolhar o livro a cada dois parágrafos!

Obviamente existem excepções.

Posso citar como exemplos os excepcionais títulos Introdução à História do Nosso Tempo de René Remond (Lisboa: Gradiva, 1994) e Da Alvorada à Decadência de Jacques Barzum (Lisboa: Gradiva, 2003).

Em ambos os casos, falamos de monumentais obras de síntese, de historiadores de primeira linha, que explicam na introdução o porque da total ausência de notas (Remond) e da sua localização no final (Barzum). Pela imensa qualidade dos autores e dos textos pode-se dizer que mesmo no primeiro caso o rigor não ficou comprometido.

São a excepção que confirma a regra.

(Post Requentado)