29 outubro 2006
28 outubro 2006
27 outubro 2006
Uma Explicação
Muita gente não entende porque o Lula só cresce, enquanto o Geraldo só desce.
Fácil: o Geraldo resolveu prometer emprego.
A turma não quer emprego. Quer salário.
O Lula entende bem disso.
E dá-lhe bolsa família.
Ainda a AMIA
O Francisco José Viegas mostra-nos neste post os novos desenvolvimentos do caso.
23 outubro 2006
Os Livros e Os Dias

E é nesse espírito que o autor candiano de origem argentina, se apresenta neste misto de diário de leitura, bloco de notas e crítica literária.
Como pano de fundo, um profundo amor pelos livros.
É verdade que esta obra não tem a mesma força do seu mais popular trabalho, o imprescindível Uma História da Leitura (Lisboa:Ed.Presença,1998), cuja primeira parte consiste numa das mais fascinantes narrativas já feitas sobre o prazer dos livros e da literatura.
Mas mesmo não sendo brilhante, não deixa de ser saboroso acompanhar Manguel - um assumido bibliófilo - pelas páginas de Cervantes, Conan Doyle, Bioy Casares, Machado de Assis, Goethe e outros.
Tudo mesclado com reflexões sobre a vida, o estado do mundo - a Guerra do Iraque está sempre presente - e as observações do autor, a respeito das suas múltiplas peregrinações, que nos levam de Buenos Aires ao interior de França com várias paragens pelo meio.
Sobre Portugal algumas passagens nem sempre acertadas.
Fala de Coimbra e sua «refinada biblioteca barroca», cita uma passagem dos Lusíadas a respeito do deslumbramento do poder, mas confunde D.Sebastião com D.Manuel II.
Manguel diz que «a leitura é uma conversa». Aqui registou uma dúzia desses diálogos. Só é pena que se tenha limitado aos doze meses do ano...!
(MANGUEL, Alberto, Os Livros e os Dias, São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
21 outubro 2006
Blogs de Xadrez
Destaco aqui três:
O Susan Polgar Chess Blog, da mais velha das irmãs-prodígio da Hungria e que foi uma das principais fontes de informação no recém-terminado match da reunificação entre Topalov e Kramnik.
O português Peão Dobrado, até ao momento a mais feliz incursão do Xadrez na blogosfera nacional. Bem escrito, com temática variada e um grafismo agradável, só peca por manter o anonimato.
E por fim o excelente blog brasileiro Xeque.net, a meu ver, o mais interessante endereço de Xadrez na Internet em língua portuguesa. Pouco virado para a competição e o imediatismo, aposta nas excelentes crónicas do carioca Dirceu Viana, nos esclarecimentos do Árbitro Internacional Antônio Bento e numa sóbria mas interessante iconografia incorporada.
19 outubro 2006
Outra Vez o Aborto
------------------------------
Aborto
A interminável discussão sobre o aborto teve hoje mais um episódio na Assembléia da República.
Esclareço em primeiro lugar que sou totalmente favorável à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e que tendo votado pelo «Sim» no primeiro referendo, obviamente voltarei a fazê-lo na nova consulta popular que tudo indica acontecerá em breve.
Esta é uma daquelas questões em que manda a hipocrisia, e que a lei é totalmente ineficaz . Duvido que mulher alguma faça um aborto alegremente e acredito piamente que a despenalização não fará o seu número aumentar. Irritam-me profundamente os tais «defensores da vida» que promovem a todo custo a concepção,mesmo que as crianças que daí nasçam sejam abandonadas, maltratadas, escravizadas, humilhadas e violadas ou que cresçam numa família disfuncional com pais ainda adolescentes. Os tais senhores que consideram «vida» um amontoado de células e que se estão nas tintas para o futuro desses rebentos são os mesmos que tudo fazem para combater a educação sexual nas escolas e a promoção dos meios anticoncepcionais.
Vivem no seu mundinho a pregar virtudes que raramente respeitam. Frequentemente são abjectos.
Do outro lado da barricada há no entanto o correspondente.
Em Portugal a luta a favor da despenalização do aborto tem estado infelizmente entregue, aos palhacinhos do Bloco de Esquerda que com seu moralismo em sentido contrário julgam-se o supra-sumo da humanidade, sempre prontos a julgar e condenar os outros.
Episódios ridículos tipo o «aqui mando eu» protagonizado por uma totozinha bloquista à porta de um Tribunal apenas contribuem para a radicalização da discussão e muito têm ajudado para o perpetuar do problema em Portugal. Atitudes como a que hoje teve Odete Santos, uma das várias aberrações inimputáveis do Parlamento português, explicam porque o país continua neste tópico na cauda da Europa.
É óbvio que foi um erro ter convocado o primeiro referendo. O Parlamento podia e devia ter legislado na altura. Infelizmente não o fez.
Mas perante a vitória do «Não» é uma autêntica irresponsabilidade advogar a modificação da lei sem o recurso a um novo referendo. E mais...a meu ver este só devia ser convocado passados pelo menos dez anos a seguir ao primeiro. Porque meus amigos, caso tal não aconteça, os tais «defensores da vida» e os seus aliados no Parlamento terão todas a legitimidade para voltar à carga quando a despenalização for aprovada. Em Democracia é preciso saber respeitar os eleitores e os formalismos e não apenas acatar os resultados quando nos agradam.
E a vida ensina que às vezes é necessário recuar um passo para poder depois avançar dois...
18 outubro 2006
Kafkiano
É sempre possível argumentar que o que se passou nos últimos quatro anos no país, com o desmascarar da maior rede de corrupção já montada numa democracia latino-americana, é por si só um facto excepcional, o que deveria ter liquidado as pretensões do candidato-presidente.
Mas isso em nada invalida a veracidade da constatação citada e apenas confirma que o Brasil vive um momento kafkiano.
Ninguém duvida que Lula é corrupto, ninguém acredita na inocência dos membros da sua quadrilha, praticamente todos os seus crimes foram comprovados pela imprensa e pelas investigações policiais e mesmo assim todos aguardam a sua vitória eleitoral.
Não que alguém tenha acreditado por algum momento numa punição judicial contra Lula, José Dirceu, Genoíno e outros membros da organização subterrânea que tomou conta do país. Mas não foram poucos - a começar pelos líderes do PSDB - que demonstrando desconhecer profundamente a essência do Brasil profundo, pensaram que poderiam cozinhar Lula em lume brando até uma hipotética vingança eleitoral.
O resultado é o que se vê!
16 outubro 2006
15 outubro 2006
Recarga
Desta feita trata-se da incrível teoria da conspiração posta a correr pelos membros da seita, que procura culpabilizar os jornalistas e a divulgação das fotos do dinheiro sujo do dossier, pelo falhanço da eleição do Chefe Lula na 1ª volta.
O curioso é que nem se dão ao trabalho de desmentir a veracidade do acto de fabrico do dossier, nem de demonstrar a origem do dinheiro. Apenas espumam de raiva pelo facto dos jornais cumprirem a sua função e publicarem as fotografias.
Quem tem comandado a «indignação» da quadrilha é a revista Carta Capital, órgão oficioso do petismo, e por isso mesmo agraciada por generosas verbas publicitárias governamentais. No seu último número, a revista - que tem se destacado pela ardorosa defesa do status quo estrelado e pela admiração feroz a Evo Moralez - «denuncia» a avidez dos repórteres em captar as imagens e furar assim a interdição do Ministro da Justiça.
Os jornalistas fizeram o seu trabalho e publicaram as matérias que comprovam um facto: A utilização de dinheiro obscuro por parte do PT para fabricar acusações a desafetos políticos. Mas para a Carta Capital e seus verdadeiros patrões, a dignidade jornalística tem outra nome: golpismo.
Depois de tomar conta do governo federal, assaltar os cofres públicos, montar uma rede criminosa com dimensões nunca vistas no Brasil, tudo indica que o PT de Lula da Silva, se prepara para voltar à carga, e retomar no segundo mandato um antigo ideal do grupo: atacar a «imprensa burguesa».
No primeiro mandato falhou o projeto da Ancinave. Agora no segundo, com a legitimação eleitoral, dificilmente alguém os conseguirá segurar...
14 outubro 2006
Assumindo

Depois do momento de lucidez que impediu a vitória da quadrilha a 1 de Outubro, o gigante verde e amarelo assume agora, sem pudores e sem vergonha, a condição de República das Bananas.
04 outubro 2006
Mau Sinal
Não se pode combater uma gang como a dos Petralhas unindo-se a outra como a dos populistas evangélicos.
Era bom que o candidato do PSDB se lembrasse disso.
Tortura Televisiva
03 outubro 2006
Fábula
Parece que só agora alguns jornalistas descobriram a existência de Alckmin.
Andavam tão deslumbrados com a fábula de Lula que nem deram conta de que o Príncipe virou Sapo!
02 outubro 2006
1º Turno

Sem dúvida uma boa notícia!
O Brasil não ofereceu ao mundo o triste espectáculo da legitimação total - com uma maioria na primeira volta - de um líder corrupto como Lula da Silva.
Posto isto, convém não embandeirar em arco.
O cenário que ontem saiu das urnas, está muito longe de ser animador. Algumas considerações:
1) Lula parte para o segundo turno como favorito absoluto e será muito difícil derrotá-lo. Com mais de 48% dos votos conquistados, é também o herdeiro natural da maioria dos eleitores de Heloísa Helena. Ou será que alguém consegue imaginar os seguidores de Babá e Luciana Genro a votar em Alckmin?
2) Com o susto da primeira volta, é de esperar que o PT ponha toda a sua «organização» subterrânea a trabalhar. Se mesmo com a vitória quase assegurada foram capazes de um episodio grotesco como o do «Dossier», imagine-se o que farão agora que se sentem acossados! Estou até muito curioso para ver o comportamento de Marcola e do PCC nas próximas semanas...
3) São Paulo consagrou José Serra e foi decisivo para evitar o triunfo imediato do PT. Já nos grotões do Norte e do Nordeste, tradicionais redutos do voto de cabresto e do eleitorado manipulável - o assistencialismo Lulista triunfou facilmente. O coronelismo está de volta!
4) A taxa de renovação no Congresso foi baixa. E a maioria dos mensaleiros e sanguessugas retornará triunfante a Brasília. A lista dos Senadores e Deputados eleitos é assustadora: Collor de Melo, Paulo Maluf, José Genoíno, João Paulo Cunha, José Mentor, Palloci, Berzoini...E para completar a festa o grande nome da renovação é o folclórico showman Clodovil Hernandez!
Se confirmada a sua reeleição, Lula não terá grandes problemas em encontrar «companheiros» que, em troca de apoio, aceitem usufruir dos «subsídios» desviados dos cofres públicos pelo seu Partido dos Trabalhadores.
Depois de acompanhar madrugada dentro a apuração dos votos, confesso a minha alegria pelo fracasso temporário da quadrilha de Lula. Mas talvez pelo meu eterno pessimismo, penso que apenas se ganhou uma batalha. Ao contrário do que acontece no cinema, a vida real não tem por hábito apresentar finais felizes. Por isso é provável que no fim, Lula e sua Gang acabem por ganhar a guerra...