As noites eleitorais são sempre cheias de peripécias, muita hipocrisia e episódios caricatos.
A de hoje não fugiu a regra.
Dos muitos exemplos que poderia citar fico-me pelos dois mais relevantes: O patético discurso de Jerónimo de Sousa e o golpe baixo de José Sócrates.
Do primeiro - a quem as eleições até não correram mal - esperava-se algo mais do que falar na «vitória por escassa margem» de Cavaco. Parece que para o líder do PCP, uma eleição por maioria absoluta (50,6%) não é suficiente para legitimar a vitória de um candidato que não é de Esquerda. Mas 8% dos votos já são mais do que suficientes para legitimar a «luta» comunista! É a cassete no seu pior.
Quanto ao Primeiro-Ministro, a esperteza saloia de discursar por cima de Manuel Alegre foi um erro político tremendo. Demonstrou azedume, mau perder e uma falta de senso que não é própria de um chefe de governo. Só conseguiu ampliar a sua própria humilhação e sair como o grande derrotado da noite. Safou-se assim Mário Soares.
Por essas e por outras é que Cavaco Silva ganhou tão facilmente.
Aliás, Presidente Aníbal Cavaco Silva.